sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Projeto Mar Limpo: ação voluntária que visa reduzir a poluição marinha de São Vicente



resíduos flutuantes  na baia vicentina 
Imagem: DECOP.SEMAM-SV

Diante de um problema desolador, a redação acompanha mais uma vez a problemática da poluição na baia e estuário vicentina, pois segue desse mesmo fato, que incomoda moradores da cidade. A poluição gerada por lixo flutuante é um destaque em vários jornais, blogs, assuntos relativos à preservação de rios e mares, o que na realidade para alguns pode não ter importância.

A Poluição da Baia Vicentina vem sendo estudada por diversos profissionais acadêmicos e instituições de ensino superior e assunto de pauta em seminários e discussões em redes ambientais de todo o estado como uma das maiores e mais prejudicada área da baixada santista, isso por ter um histórico de anos com a expansão habitacional principalmente as moradias irregulares em áreas de preservação e de uma imensa riqueza ecológica.

Pois o cidadão que paga seus impostos tem de se orgulhar do trabalho sério feito por profissionais do setor público que agem no controle de poluição, que efetivamente desenvolvido vem diante de toda essa problemática buscando de forma correta conter o volume expressivo referente a carga de lixo flutuante que ocasiona a poluição da baia diretamente às praias e rios da região.

Existe um projeto que vem junto a CETESB, Secr. Meio Ambiente de São Vicente e empresários de embarcações e comércios turísticos marinhos fazendo a mais de 2 anos a coleta de lixo flutuante, é o projeto MAR LIMPO, cujo objetivo é conscientizar as pessoas o que o lixo jogado nas praias e no mar causa à flora e fauna aquática e em especial os materiais recicláveis como garrafas pet, sacos plásticos, vidros e outros. O Projeto MAR LIMPO visa conter o descarte irregular e em muitas vezes ilegal nos rios e manguezais e coletar ao máximo possível esses resíduos impedindo sua decomposição em superfície marinha. 

O Projeto ‘Mar Limpo’ tem o apoio da Marinha do Brasil e a Capitania dos Portos de São Paulo, Sabesp e Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que acaba fortalecendo as ações do projeto em todo o litoral paulista, dando mais seriedade e e de certa forma obtém o respeito da população, pois é uma iniciativa significativa para o município que em muitos casos nesta área de fluência pode ser uma das soluções para um montante de resíduos que acabam se mutuando e formando ilhas de lixo flutuante em alguns pontos inclusive nos rios mais próximos como o Rio Branco e o Mar Pequeno e na região estuarina e em muitos casos acabam indo parar nas praias prejudicando a vida marinha e afetando a balneabilidade.

1 tonelada de resíduos – lixo flutuante 
Lixo Flutuante

As ações do projeto vêm sendo coordenadas pela Secretaria de Meio Ambiente de São Vicente – SEMAM e de acordo nas ultimas ações somam mais de 1 tonelada de lixo flutuante que foi retirada da baia. 

Essa carga deixou de prejudicar de certa forma a vida marinha , podendo gerar a decomposição e poluir mais as praias e o mar, poderiam alguns animais marinhos se alimentarem de sacolas plásticas, comenta o Biólogo Paulo.

‘O serviço de controle vem sendo respeitado e os parceiros que são as marinas e restaurantes também participam das ações em conjunto com esse mutirão de limpeza local, doando sacos plásticos e materiais para a coleta’, comenta o biólogo.

O lixo lançado ao mar é considerado um dos maiores problemas ambientais e um grande desafio. Cerca de 77% dos poluentes despejados vêm de fontes terrestres e tendem a se concentrar nas regiões costeiras, justamente o habitat marinho mais vulnerável - além de também ser o mais ocupado pelo homem.
Mais um projeto é desenvolvido pela secretaria de meio ambiente – Projeto Marinas, as SEMAM em conjunto com a CETESB que visa de forma organizada o ajustamento e adequação de embarcações e os espaços aonde a mudança de canaletas para contenção do óleo das embarcações, espaço apropriado para a coleta de materiais reciclados e algumas medidas de segurança e prevenção de danos que venham causar impacto ao meio ambiente, ‘pois existem produtos que podem contaminar a água marinha e prejudicar até o processo de fotossíntese marinha, ‘comenta Paulo.

O serviço de Controle de Poluição em São Vicente está aberto à população nos dias de 2ª a 6ª, das 8:00 às 17 hs no Complexo Administrativo de São Vicente no 4º andar – SEMAM. O Telefone de contato é 3569 2200. Para mais informações entrar em contato com Rose ou Pinheiro, responsáveis de setor de controle de poluição.

Esperamos que se tenha mais recursos no setor de controle de poluição pois em um trabalho sério e bem respeitado existe seus bons resultados que vem desde a conscientização da população ou dos agentes poluidores e as formas de integrar ações em conjunto que tenham impacto positivo.

Rodrigo Brandão Azambuja
ambiental web


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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Identidade Cultural: Comunidade Pesqueira sofre com poluição da baia vicentina


Comunidade  sobrevive diante da problemática: poluição da baia e estuário
Uma das mais antigas culturas tradicionais da história deste país está perdendo sua identidade, seu espaço - a cultura caiçara - o pescador brasileiro, que em muitos e muitos anos resistiu as pressões do mundo contemporâneo, resistiu a mudança de consumo, a mudança de hábito diante de um mundo mais industrializado, mais globalizado, cheio de tecnologias que ultrapassam as mais tradicionais formas e métodos de sobrevivência que nos mares, nos rios esteve sempre presente, de geração a geração, persistindo em muitos lugares que as vezes até o desenvolvimento não chegou. Neste caso, retratamos nesta notícia um modelo de ativismo pelo qual se tem muito respeito é de Seu Maurício, residente e natural de São Vicente, São Paulo, caiçara por natureza e 'kalunga' como dizem os vicentinos que nascem aqui.

Morador da Rua Japão, a mais conhecida do bairro, onde temos a praia do pescador, um ponto dos mais antigos da cultura caiçara da região. Sua luta dedicada a melhorias em sua localidade pelo qual carrega um valor histórico e cultural, pois se situa nesta baia de São Vicente o marco da pesca nacional, fazendo de Seu Maurício e seus companheiros vítimas de um problema que vem causando muito sofrimento e desolação - o lixo flutuante, descartado de forma inadequada em lugares próximos, seguindo o fluxo da maré, acaba vindo a acumular e poluir as praias, os rios e manguezais da baia vicentina, principalmente a 'praia do pescador'.

Entretanto, mesmo nessa situação, com sua total alegria e experiência, lutou e luta até hoje com seus companheiros, buscando diante do poder público, diante de programas, compondo a linha de frente da comunidade, representando sua cultura em Associações Comunitárias, Colônia de Pescadores, participou da formação da Agenda 21 Local de São Vicente, tentando de toda forma unir os envolvidos a tomar medidas de contenção, a criação de leis municipais importantes para a questão do descarte que causa o problema em sua praia, problema esse quase sem solução, que vem do lado da cidade, no bairro mais próximo de onde a infra-estrutura de coleta urbana é precária, pondo em questão os serviços de coleta urbana e seletiva do município. Na verdade é, o ponto de origem desses resíduos, alega Seu Maurício, é das moradias submersas - as palafitas, situada em uma área de preservação natural - o mangue, berçário da reprodução de espécies marinhas no que em muitas vezes acaba recebendo uma alta carga desses resíduos gerados por moradores.

Sr. Maurício (à esq.) e companheiros de pesca da localidade
A Praia do Pescador perdeu sua balneabilidade em muitos anos, desde o tempo de expansão dessas moradias, que irregularmente despeja seu lixo, resultando na poluição e ocasionando a perda de vida marinha, a perda de peixes a animais marinhos, pelo qual manteve sua cultura em ascensão durante anos, proporcionando a falta de renda de muitos pescadores inclusive do Seu Maurício.

Parece tão simples, mas em toda sua história de vida o que irá contar aos seus netos? Não serão histórias de pescador, que pescou dez tubarões com um só anzol ou uma baleia que fugiu ao lhe ver, pois seriam essas histórias das mais fictícias que vislumbra a mente ingênua de crianças da sua localidade, de sua família, pois na verdade é que Seu Maurício, irá contar o que fez e provavelmente qualquer pescador, amante da pesca e do mar faria, é poder lutar para salvar sua identidade, sua cultura e tradição, salvar sua identidade caiçara.

A região sofre, contudo isso, a poluição, a falta de peixe e pescadores que não conseguem mais ensinar seus netos, ou perdem esse laço, por muitas vezes tentarem buscar sua sobrevivência em outros lugares e outras profissões. Essa realidade, considerando um problema político associado as políticas de habitação e a gestão de resíduos gerados deram a esse cenário uma dimensão alarmante. 'Para os políticos não interessam a remoção ou mudança de tudo isso, gasta muito recurso público e dá trabalho, é o que me parece, pois eu me interesso junto aos meus colegas em salvar minha cultura, minha praia, a minha pesca, pois se foram os anos de glória da nossa comunidade que vive do mar.' Diz o pescador e ativista - Sr. Maurício.

O Ambiental WEB, por mais uma vez visa transmitir a essência de culturas que dependem dos recursos naturais e lutam para que sua cultura não seja apagada e passará a noticiar esse universo com o maior tom da verdade e precisão dos fatos, pois somente valorizando a vida e sua identidade cultural é que podemos proporcionar uma mudança e sensibilizar a sociedade para o caminho do consumo e produção sustentável e o bom uso de nossos recursos, mantendo sobre a mesma problemática a chama da causa ambiental e o respeito a vida e seus cidadãos, simples e capazes de transformar sua realidade.


Rodrigo Brandão Azambuja
ambiental web
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